· Transtorno do Espectro Autista · 4 min read
Abril Azul: Compreendendo o Espectro Autista e Promovendo a Inclusão
Abril Azul: Mês de conscientização sobre o autismo. Entenda o TEA, seus sintomas e a importância do diagnóstico precoce. Conheça os direitos garantidos por lei, como acesso à saúde e educação. Abrace a inclusão e promova uma sociedade mais justa.

O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição neurológica que pode afetar o indivíduo no desenvolvimento da fala, habilidades sociais e desenvolvimento comportamental.
Ainda não foram identificadas as causas do autismo, mas acredita-se que fatores como genética e influência do ambiente podem contribuir para seu desenvolvimento. O TEA se manifesta ainda na infância e o diagnóstico precoce, a partir dos 2 ou 3 anos, pode ajudar em seu desenvolvimento e qualidade de vida.
Tipos de autismo
Autismo Clássico: nesse tipo, a pessoa torna-se mais voltada para si. Tem dificuldade de olhar para outras pessoas e tem comportamento mais retraído. Outra característica da pessoa com autismo clássico é a dificuldade em entender metáforas ou frases de duplo sentido. O nível desse espectro pode variar em cada indivíduo.
Autismo de alto desempenho (Síndrome de Asperger): as pessoas diagnosticadas com Síndrome de Asperger também apresentam os sintomas de autismo clássico, porém de forma mais reduzida. Tendem a ser pessoas mais falantes, inteligentes e se tornarem especialistas em assuntos de seus interesses.
Distúrbio global do desenvolvimento sem outra especificação (DGD-SOE): os indivíduos com essa classificação apresentam problemas na fala e comunicação, mas não se enquadram nas outras categorias de TEA.
Fique atento aos sintomas do autismo
Os sintomas do autismo podem se manifestar de diferentes formas e é importante observar se a criança apresenta comportamentos como:
- Não reagir quando escuta seu nome;
- Comportamentos repetitivos;
- Sensibilidade sensoriais como cheiros, texturas, cores;
- Dificuldade de manter contato visual durante uma conversa;
- Dificuldade em identificar expressões faciais ou emoções;
- Atraso anormal na fala.
Ao reconhecer esses sintomas, os pais devem procurar ajuda profissional para realizar o diagnóstico, feito por uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, psicólogos e psiquiatras. A entrevista com os pais é parte desse processo e é fundamental na investigação de comportamentos característicos do TEA.
Identificar esses sinais é o primeiro passo para garantir que pessoas com TEA recebam o suporte necessário, um direito assegurado por políticas públicas e leis que visam promover a inclusão e o bem-estar.
Políticas Públicas e Direitos da Família
Hoje, no Brasil, mais de 200 mil alunos diagnosticados com autismo (crianças e adolescentes) estão matriculados em salas de aula comuns. Com o aumento de diagnósticos, o estado desenvolve políticas públicas para que essas pessoas tenham acesso à educação, à saúde e à qualificação profissional necessária para que esses jovens ocupem postos de trabalho adaptados à sua condição.
O direito de família dá garantias aos pais de criança com autismo com os seguintes benefícios:
- Redução da jornada de trabalho sem prejuízo dos vencimentos, quando os pais de crianças autistas são servidores públicos;
- Direito à matrícula em colégios com direito a acompanhamento especializado;
- Proteção contra abusos: nenhuma pessoa com espectro autista será submetida a qualquer condição degradante ou privada de suas liberdades sem respaldo legal;
- Isenção de impostos IPI, ICMS, IOF e IPVA na compra de veículo destinado ao transporte da pessoa com TEA;
- Carteira de Identificação (CIPTEA) que garante prioridade no atendimento em serviços públicos e privados (cada município tem duas regras para facilitar o acesso à CIPTEA).
- Acesso a tratamento multiprofissional e pelo SUS.
Esses são alguns dos direitos garantidos às famílias atípicas, ou seja, famílias que têm filhos autistas.
Já a pessoa autista, por ter sua condição definida como deficiência, pela Lei 12.764/2012 (Lei Berenice Piana), possui os seguintes direitos referentes à saúde:
- Não cumprir carência por doenças preexistentes no plano de saúde;
- Número de terapias ilimitadas pelo plano de saúde, desde que a solicitação seja justificada pelo médico;
- Fornecimento de medicamentos pelo plano de saúde;
- Fornecimento de medicamentos pelo SUS.
Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, melhor para o desenvolvimento da criança ou do adolescente, no entanto, o diagnóstico também pode ser realizado na fase adulta.
Diagnóstico do autismo em adultos
O autismo só foi descoberto como condição neurológica em 1938, pelo psiquiatra infantil Leo Kanner. Adultos com espectro autista que apresentam as mesmas características comportamentais de autismo na infância, porém com menor intensidade. Geralmente são pessoas que têm grau leve do espectro autista e aprenderam a “camuflar” os sintomas e desenvolveram habilidades sociais.
Embora consigam levar vidas mais independentes, adultos com autismo precisam de um tratamento eficaz. Sem a correta investigação, a pessoa pode ser identificada como transtorno de depressão ou ansiedade e não corresponder ao tratamento.
O diagnóstico é feito pelo mesmo procedimento realizado em crianças e adolescentes: consultas com médicos, psicólogos e psiquiatras; investigação de outros casos na família; exames auditivos e eletroencefalogramas fazem parte da investigação.
O dia 2 de abril é o Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo. No Brasil, o mês de abril é também conhecido como Abril Azul e tem por objetivo desmistificar o que é o autismo e promover a inclusão das pessoas com essa condição. E nós, da Medlar Saúde, abraçamos essa causa a fim de promover uma sociedade mais equilibrada e uma vida mais saudável para todos.